Escola de Chicago - 1886 - 1895
Porém, nesse processo havia uma divergência, uma corrente neo-românica, de Richardson ( Marshall Field ), que influencia Sullivan e uma corrente estrutural de Le Baron Jenney, que foi o pioneiro das estruturas de aço, em Fair Shore.
Em 1890, debates urbanísticos, discutiam o novo desenvolvimento que deveria ser gerado, opondo a Europa aos Estados Unidos, discutindo os sistemas de ensino, Politécnico nos Estados Unidos, muito mais vocacionado para os novos materiais.
Chicago, pela situação única, tinha uma importante oportunidade de experimentar novos pensamentos, materiais, e essencialmente um estilo único, que não fosse uma colagem do Europeu.
Richardson era formado em Paris, e vai defendendo o néo-românico, mas pela afirmação do volume como os palácios renascentistas, vai-se acabar por considerá-lo neo-renascentista. Tinha a preocupação de não fazer colagem directa de modelos europeus, mas uma arquitectura adaptada à sociedade americana. Fez oposição à nudez arquitectónica, mas respeitava o momento cultural da escola de Chicago. Vai acabar por fazer habitação onde influência Wright, e denota-se também influência alemãs, como o organicismo no seu trabalho.
Baron Jenney, formado em Paris e na América, é o pioneiro da estrutura em aço nos armazéns da Fair Store.
Valorizava a leitura da estrutura do edifício na própria fachada, ,onde ela é entendida como a base estética da fachada. Apologista de uma arquitectura funcionalista mas de matriz clássica, com grandes pilares que terminam num capitel, não pensando ainda num edifício despojado de ornamentação.
Caminha para a planta livre, e demonstra já preocupações com o resto da cidade, as questões de iluminação, fazendo a janela divida em três, mas com o vidro do meio fixo.Adler e Sullivan, no início das suas carreiras, preocupavam-se em satisfazer as exigências emergentes de um Chicago em pleno desenvolvimento de um processo de reconstrução.
A partir de 1880, ao mesmo tempo que se desenvolveu a Arte Nova na Europa, em Chicago dominavam-se métodos de construção avançados. Nesse campo Sullivan foi importante porque fez evoluir uma linguagem apropriada às estruturas em altura.
Sob forte influência de Richardson, no início de carreira, a evolução da sua obra, aparecia como uma conjugação entre uma estrutura muito tecnológica, que apresentava muitas novidades, como a refrigeração do ar, com uma arquitectura monumental, acessível a um hibridismo programático, como no Auditório de Chicago, em que o edifício, não é um contentor mono - programático, abarcando diferentes funções no mesmo edifício, ao contrário do que defendia Corbusier e na Europa. É por isso essencial também para a compreensão do urbanismo americano.
Defendeu uma arquitectura para a realidade existente, ou seja para a cultura americana, sempre seguindo um conceito de forma, função, que para ele era omnipresente a qualquer forma de vida. A boa arquitectura deveria então corresponder à sua função e expressá-la na forma, e adaptar-se à imagem que corresponde, quer no seu conjunto, quer nos detalhes, e assim será orgânica. Este era o principal ponto de cisão entre Sullivan e Adler, que era mais tecnológico.
A ornamentação, era um dos principais temas literários de Sullivan, em que defendia a de motivos naturalistas, em que se tornava evidente a influência do movimento Arts and Crafts. Era orientada para um público americano que a acolhia, sendo constituída por desenhos livres ou de geometria precisa, e com motivos celtas, islâmicos que procuravam conjugar os elementos intelectuais e emocionais, baseado no livro de Owen Jones, Grammar of ornament, à semelhança de Frank Lloyd Wright.
Apesar de defender que a decoração deveria fluir em todo o edifício, apenas vai utiliza-la na estrutura, rés-do-chão, piso intermédio (mezzanine), e por vezes na cornija do edifício. A decoração contava ainda com elementos que marcam a horizontalidade, para quebrar a verticalidade. A verticalidade era reforçada pelas janelas agrupadas.
A limpeza ornamental, era realizada no sentido de melhor se entender a génese de um edifício em altura, em que a grelha estrutural se torna visível do exterior.
A ornamentação deveria então provir do interior, como as formas orgânicas, a limpeza estrutural de Labrouste, não era assimilada, tendo o ornamento um sentido orgânico metafórico, de revestimento do osso com pele, dando a sensação de ainda um domínio da máquina que deveria acompanhar o progresso desse novo mundo.
Conjugava então um Racionalismo construtivo, de gestos mecanizados, standards fruto do avanço maquinista, com a ornamentação naturalista como a de Wagner, que procuravam enriquecer o edifício, apesar de não estarem em consonância.
Para ele a arquitectura deveria absorver a técnica e a decoração, e não ser apenas a técnica como as novas tendências europeias, excepto o movimento Arts and Crafts.
No Carson Pririe Scott Store, o avanço tecnológico continua a ser demonstrado pelo uso de grandes vãos. Mas o interesse da obra, caracteriza-se também por remeter já ao modernismo, na resposta ao sentido urbano, o próprio tratamento do cunhal, e encontrar-se muito mais despojado de ornamentação, convergindo numa direcção em que a forma segue a função.
Adler era mais pragmático e vai escrever o livro, Ornamento e arquitectura, onde argumenta o porque do ornamento? Para ele, o edifício podia-se impor sem ornamento, neste sentido o ornamento é luxo, como argumenta mais tarde Adolf Loos.
Esta rejeição abateu a moral de Sullivan, e a sua força desde então começou a declinar.
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